Uma da tarde. Horário de Brasília. (Bem longe do Planalto Central) as luzes tardias
riscavam o teto do chao. Ela estava de pé, com um imenso ponto de interrogação
estampado na cara causado pela visita surpresa. Ele sorria toda vez que ela
ficava daquele jeito. Apesar da distância e do tempo e de tudo que aconteceu, ele ainda gostava
daquele sorriso.
Queria contar
que a ideia de reencontrá-lo foi a brecha no tempo, a sensação de suspensão e
distanciamento da rotina, da vida, só era possível ali. Imersa ou encantada,
deixou uma obseçao transparecer além do que conscientemente desejava. Distante,
enganava-se justificando o que sentia. Ali, ao seu lado, burlava uma regra
pessoal do que não se deve demonstrar. Ou fazer.
Ele a
encarava e sorria, percebendo que ela lutava para esconder alguma coisa.
Antes de decidir perceber que ela ainda o odiava, ele a encontrava com alguma frequência. Mas após
tantas negações, desculpas e desencontros, decidiu que o melhor a fazer era
seguir sua vida e envolver-se com alguém menos… volúvel.

Nenhum comentário:
Postar um comentário