quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Volúvel...



Uma da tarde. Horário de Brasília. (Bem longe do Planalto Central) as luzes tardias riscavam o teto do chao. Ela estava de pé, com um imenso ponto de interrogação estampado na cara causado pela visita surpresa. Ele sorria toda vez que ela ficava daquele jeito. Apesar da distância e do tempo e de tudo que aconteceu, ele ainda gostava daquele sorriso.
Queria contar que a ideia de reencontrá-lo foi a brecha no tempo, a sensação de suspensão e distanciamento da rotina, da vida, só era possível ali. Imersa ou encantada, deixou uma obseçao transparecer além do que conscientemente desejava. Distante, enganava-se justificando o que sentia. Ali, ao seu lado, burlava uma regra pessoal do que não se deve demonstrar. Ou fazer.
Ele a encarava e sorria, percebendo que ela lutava para esconder alguma coisa. Antes de decidir perceber que ela ainda o odiava, ele a encontrava com alguma frequência. Mas após tantas negações, desculpas e desencontros, decidiu que o melhor a fazer era seguir sua vida e envolver-se com alguém menos… volúvel.

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