quinta-feira, 1 de março de 2012

Infancia com as carmelitas...


Quando eu era criança, eu sempre ia a igreja! freqüentei por 8 meses a casa das carmelitas (convento) fui batizada, comunhada, e crismada em uma igreja só. Lá eu me adaptei, criei meios sociais, conheci de tudo um pouco, todo tipo de pessoa, fiz bons amigos, coroinhas seminaristas, professores... Toda primeira segunda feira do mês, era dia de confessionário no convento, eu e as outras coroinhas ficávamos lá, escondidas na sacristia, com medo de se confessar.. kkk  A gente daria tudo pra saber o que tanto aquelas pessoas “santas” falavam... (nunca conseguimos ouvir)
Quando era pra lá das 11 a gente guardava os incensos e esperávamos a nossa vez, o bispo: quem será a primeira? (com um olhar sorridente de bom velhinho) Então ia indo de 1 por 1, todos apreensivos, com os olhinhos de preocupação com o tamanho de seus pecados.. kkk Os que ficavam na sacristia, riam dos que estavam com a cabeça na forca com o bispo Alfredo, mais todos muito pensativos no que iam contar, e como contar. E eu ficava lá, quetinha, esperando a minha vez. Eu, ao contrario das outras coroinhas da minha idade (11 anos) sabia que não deveria me confessar, então eu apenas ficava lá, observando minhas amigas de longe. E quando elas voltavam...
– iaew mulher, como foi lá?
–há, eu contei só aquele negoço lá que eu te falei (aquele que eu sai com um cara casado) kkkk 
- nossa louca! e o que ele disse??
– vá no altar, e reze 1 pai nosso, e 3 ave-marias minha filha..
E então nós riamos baixinho, e eu pensava: só? Eu esperava bem mais! E não sei o por que, mais me batia a impressão de que os pecados de minhas amigas, nunca chegariam no tamanho dos meus. Os meus eram os famosos “mortais” (como dizia minha avo) rsrs’
Com eles, “claro”, eu teria que me afastar do convento (retirar a batina) não por obrigação! Mais por senso mesmo. Então eu optei por guardá-los, e guardei todos na minha cabeça, e os contei varias, e varias vezes só pra mim, e ri deles sozinha. Mais os anos iam se passando, e ficava cada vez mais difícil me comunicar com o bispo sem que ele me desse um puxão de orelha; pelo meu comportamento, meu atraso, minhas roupas, e o fato de nunca me confessar como deveria. Certo dia, depois da missa, eu resolvi me confessar, e me confessei, e fui aconselhada  a me afasta do convento e seguir em um grupo de jovens normal como eu imaginei, e tirei.
....Mais não morri de pecado mortal! E percebi, que nunca importou quão grande era o pecado. A penitencia para todos é sempre a mesma: (1 Pai-nosso e 3 Ave-Marias) Mais eu nunca conheci um cristão que tenha morrido de pecado mortal...

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